Em 2012, Pablo Iglesias, líder do partido espanhol Podemos, criticou o ex-Ministro da Economia, Luis de Guindos, do PP, por ter comprado uma casa do valor de 600 mil euros. “Confiariam a política económica de um país a alguém que gasta 600 mil euros num apartamento de luxo?” – questionou, na altura, o deputado que se tornou célebre pela imagem informal e pelo rabo de cavalo. Iglesias defende que os políticos devem renunciar a salários excessivos e que devem viver como as pessoas comuns, para que as possam representar dignamente junto das instituições. Daí a critica ao ex-ministro.
O problema é que, tal como dizem os americanos, karma is a bitch. Ou, tal como diz o tuga, não nos podermos fiar naquilo que dizem os políticos. Então não é que o bom do senhor Iglesias e a sua companheira Irene Montero, também ela deputada e porta-voz do Podemos, acabam de comprar uma casa com piscina, no valor de… 600 mil euros. Que pontaria do caraças! Parece de propósito.
Assim que soube da notícia fiquei curioso por saber como é que esta malta ia descalçar uma bota tão apertada. Mas eles tinham a resposta na ponta da língua – trata-se de “um projecto familiar”. Pablo e Irene vão ser pais de gémeos em breve, precisam de uma casa ampla. E com piscina, é claro. Ponto final.
Então e o ex-Ministro que eles criticaram? Esse apenas comprou uma casa de luxo para “especular”, segundo o casal. Malandro… Talvez Pablo e Irene tenham pensado algo do género – Nós Podemos, mas os outros não!
Quem acha que só em Portugal é que os políticos se dão ao desplante de tratar os eleitores como imbecis, que mude já de ideias. Sejam de esquerda ou de direita, sejam portugueses ou espanhóis, em qualquer parte do mundo, um populista, é apenas um populista. Um cretino, é apenas um cretino. E um político, é apenas um político.