Cristiano, os Espanhóis e as Mulheres Traídas

De cada vez que verbalizo a minha preferência pelo futebol de Lionel Messi, em detrimento do de Cristiano Ronaldo, percebo incredulidade, indignação ou vontade de me fuzilar, nos olhares da maioria dos meus interlocutores. Que afronta! Como é que um português de gema, amante de futebol, fervoroso defensor das cores nacionais, pode deixar-se encantar pela magia do meia-leca alviceleste, em vez de se curvar ao instinto matador do gigante português?

Pois hoje curvo-me. Ronaldo foi letal, como de costume. Decisivo, como sempre. Três golos apontados à Espanha, uma das três principais candidatas ao título mundial (tal como, na minha opinião, o são a Alemanha e o Brasil), não é para qualquer um. A capacidade que ele tem de levar uma equipa às costas está apenas ao alcance dos maiores de todos os tempos. A capacidade que tem de fazer um país acreditar, tem um alcance mais vasto do que o próprio futebol.

Cristiano, o menino madeirense que treinava com pesos atados aos pés, para poder um dia ser mais rápido do que os outros, nem precisa de ser o mais talentoso, para ser o melhor.

Quanto aos espanhóis, ao verem o CR7 marcar mais um hat-trick, devem sentir-se como aquelas mulheres traídas pela enésima vez, que olham para os maridos e pensam: “este gajo não mudou nada”!

Publicado por

Luís Maia

Luís Maia nasceu a 15 de Outubro de 1976, na Póvoa de Varzim. Licenciou-se em Comunicação Social no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Em 1999 trocou um emprego em part-time, num call center, por um estágio remunerado somente com senhas de refeição, na redação da TVI. Iniciou aí uma carreira de repórter que o levou a produtoras como a Duvideo, Teresa Guilherme Produções e Comunicassom, para além do jornal 24 Horas e de estações como a TVI e a SIC. Entre 2008 e 2009 viveu em Angola, onde coordenou o entretenimento do primeiro canal privado daquele país, a TV Zimbo. Actualmente trabalha para a FremantleMedia, fazendo reportagens em directo no segmento de actualidade criminal, do programa Queridas Manhãs da SIC. É baterista reformado, ex-futuro jogador de poker. Mas é, sobretudo, marido, pai e, segundo consta, bom chefe de família.

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