Quem me conhece sabe que tenho dificuldade em parar. Estou quase sempre a fazer qualquer coisa, a tentar produzir qualquer coisa, a tentar criar, ou a espreitar caminhos por onde nunca me tinha aventurado antes. Há muitos anos que devo muitas horas à cama, porque sou um curioso, um inquieto. Ando sempre à procura.
A gerir o meu tempo, acho-me apenas medíocre. Com um pouco mais de organização, teria uma vida muito mais descansada. Mas também tenho noção que este ritmo acelerado ajudou-me a crescer, ajudou a fazer de mim um homenzinho.
O que talvez nunca tivesse percebido de forma tão clara como neste ano, é que também é preciso parar. Parar completamente. Não apenas fingir que se está a descansar, para constantemente agarrar pontas soltas. É preciso desligar o motor, de quando em vez. E quando o fizermos, muitas vezes, estaremos a produzir mais do que quando enterramos o pé no acelerador como se não houvesse amanhã.
Às vezes é preciso parar. Nem que seja ao fim da tarde, para apanhar um pouco de brisa fresca, na varanda, enquanto se pensa em nada.
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