Os nossos filhos são tudo para nós. Acordamos, adormecemos, andamos, paramos, respiramos, existimos, sempre a pensar neles. Queremos protegê-los de tudo e de nada. Às vezes julgo que os protegemos demais. Outras, talvez, de menos. A parentalidade não é uma ciência exacta e consiste também num processo de aprendizagem, durante o qual os pais tropeçam de quando em vez.
Quando vêm ao mundo, os miúdos só têm olhos para os progenitores. Mas com o passar dos anos tudo muda e começamos então a ser subalternizados pelos amigos e pelas namoradas. Continuamos a ser os pilares (se tudo correr bem), mas eles já têm mais em que pensar do que no papá e na mamã.
O tempo leva-os a ser cada vez mais deles mesmos, tal como nos levou a nós a sermos cada vez mais de nós próprios. Mas isso não invalida que sejam também nossos, nem que os sintamos como nossos para todo o sempre.
Aos meus, só lhes desejo que saibam voar e que saibam cair, que saibam levantar-se de cada vez que tropeçarem. Só lhes desejo que conquistem. Que conquistem o mundo, se lhes apetecer. Não quero guarda-los só para mim. Nem posso. Quero sim, que sejam felizes. Aliás, que continuem a ser felizes. Enquanto não crescem o suficiente para se fazerem à vida sozinhos, divertimo-nos à brava. Juntos!