É uma época exageradamente consumista? Sim. É uma época em que muitas famílias se juntam quase por obrigação? Provavelmente. Mas é também a época em que, quase por decreto, há um pretexto para estar com aqueles de quem gostamos e com quem muitas vezes não temos oportunidade de privar ao longo do ano. E se, por vezes, a vida parece correr mais depressa do que nós, surripiando-nos o tempo que devíamos dedicar às pessoas e às coisas verdadeiramente importantes, então que haja um dia que seja, no qual não se aceitem desculpas para haver pressas ou ausências.
Não costumo estar muitas vezes com a minha família, mas prezo muito a família que tenho. No Natal, geralmente, tenho oportunidade de estar com eles. E agora somo a esse agregado, a família que eu próprio criei. Gosto do Natal por tudo isto.
Gosto do Natal porque ingerimos quantidades industriais de colesterol sem nos preocuparmos com as doenças cardiovasculares. É só por um dia. Ou dois.
Gosto do Natal por ver a felicidade das crianças a abrirem os presentes. É consumismo puro, mas também é só por uma noite. Durante o resto do ano não entupimos os miúdos de bugigangas nem de materialismo, que tanto os poderia desviar daquilo que é verdadeiramente importante na vida.
Gosto do Natal porque nesta altura sucedem coisas que parecem inalcançáveis no resto do ano. E a maioria delas são boas, mesmo aquelas que noutras épocas não o parecem.