Blog

Dia do Papá

Quem tem estes dois artolas, tem tudo! É impossível imaginar a minha vida sem eles. Acho que não conseguia sobreviver sem os abracinhos e o sorriso do Afonso, nem sem as conversas filosóficas e as piadas secas da Lia.

Educar duas crianças é um desafio. E é um teste constante à resiliência de um pai. Quantas vezes duvidamos estar a fazer o que é certo? Quantas vezes hesitamos relativamente à validade do caminho que os ajudamos a trilhar? Algumas. Falo por mim, é claro, mas creio que a questão é transversal à generalidade dos progenitores. Às vezes custa dizer que não aos putos. Às vezes custa ter pulso firme, em vez de ceder. Mas se estamos convictos que é por ali que devemos ir, não podemos abdicar.

A educação de uma criança é algo muito mais sério do que uma decisão isolada num momento. É muito mais do que ver um menino feliz, só porque sim. Educar uma criança é um compromisso para a vida. É tentar ajudá-las a ser pessoas com recursos para resolver os seus problemas. E, pelo meio, enquanto se palmilha essa estrada, brincar com elas, fazê-las sorrir, plantar as sementes de um futuro no qual possam recordar-se de uma infância feliz.

Não sou adepto de uma educação austera, na qual é impossível fugir ao espartilho das regras, até porque esse modelo costuma gerar pessoas frustradas e infelizes. Mas também não sou adepto de uma educação facilitista, apologista de fazer tudo o que os bebés querem só para não os contrariar, uma vez que esse modelo costuma gerar pessoas imaturas e inconsequentes. Sou adepto do equilíbrio, esse sim, capaz de guiar seres humanos pela rota da felicidade.

O mundo não é só preto ou branco. Nem sequer é cinzento. Está repleto de cores, desde que as queiramos ver, desde que tenhamos abertura para ceder aqui e aguentar firme acolá.

Obrigado meninos, por me oferecerem tantas experiências e tão valiosos ensinamentos!

Que Apetitosos!

São lindos, estes putos! Só me apetece comê-los com beijinhos! E nem precisam de ser servidos na bandeja da fruta. Bem… a verdade é que nunca os vi tão felizes por ouvir falar em maçãs, peras e ameixas, como no Pavilhão do Conhecimento, no Parque das Nações.

Mas, naquele sitio, há muito mais para experimentar do que comida saudável decorativa… Há experiências que introduzem os miúdos às leis da física e da química. E há também carros com rodas quadradas e fatos de velcro que os colam à parede como se fossem pega-monstros…

Há uma oficina aumentada, uma exposição temporária a pensar nas pessoas que adoram os seus amigos de quatro patas, uma oficina que ensina a fazer slimes comestíveis e até podemos andar em bicicletas que se equilibram em cima de arames.

O Afonso adorou as construções com blocos. Talvez um dia se faça engenheiro. Mas não daqueles que conseguem equivalências a certas disciplinas ao fim-de-semana…

Recomendo vivamente a visita ao local. Mas vão com tempo. Uma tarde ou uma manhã inteiras, pelo menos. Acreditem que não são apenas as crianças que se divertem para aqueles lados.

Assalto à cozinha da Cristina

Tínhamos acabado de debater assuntos sérios, pesados. Tínhamos acabado de colocar questões incómodas, de expor a crua realidade. Eu, o Hernâni Carvalho, o António Teixeira e a Cristina, claro está. Mas depois chegou o momento de aliviar a tensão. Tudo à custa de umas pernas de rã…

O António Teixeira, que já não estava muito receptivo às pernas de rã, ficou ainda mais assustado quando o Hernâni lhe sugeriu que estaria a comer pernas de sapo…

O ex-inspector da PJ lá acabou por dizer que a iguaria sabia a frango, mas não parecia muito convencido. De risada em risada, a história acabou bem, até porque decidi assaltar a cozinha da patroa e levar dali a travessa da comida.

Quanto às perninhas, essas, não estavam nada más!

Na Frente!

O meu padrinho costumava dizer que até ao lavar dos cestos ainda é vindima. E é bem verdade. A semana que terminou mostra que não há vencedores antecipados. E que nenhum líder pode descansar à sombra do êxito.

SIC e Sport Lisboa e Benfica fizeram aquilo que, há dois ou três meses, muitos diriam ser impossível. Os encarnados estavam sete pontos atrás do FC Porto, mas agora estão dois à frente, concretizando a reviravolta, com grande estrondo, no estádio do rival. A estação de Carnaxide voltou a liderar as audiências televisivas, depois de 12 anos consecutivos atrás da TVI.

No Benfica, a liderança deve-se sobretudo ao novo treinador, Bruno Lage. Na SIC, ao novo director de programas, Daniel Oliveira e à nova estrela, Cristina Ferreira. São os rostos visíveis de um êxito que é construído por todos. E são o exemplo de que, com muito trabalho, tudo ou quase tudo se consegue, até aquilo que poderia parecer inatingível.

Como Agradar às Mulheres (no Dia dos Namorados)

Este blog tem-se esforçado para tentar perceber qual a melhor forma de agradar às mulheres. Mas hoje o desafio tem a fasquia colocada num patamar particularmente elevado. Como é que se agrada a uma mulher no Dia dos Namorados?

Ora, em primeiro lugar, convém não esquecer aquele beijinho de manhã antes de sair de casa, no fim do qual se diz “feliz dia dos namorados, amor”. Se ela responder com um “dia dos namorados devia ser todos os dias, mas tu só te lembras nestas ocasiões”, ou “já não sou tua namorada, sou tua mulher”, não se espantem. Ela pode estar com sono. E acordar cedo não é fácil para ninguém.

Se o presente para a donzela não estiver ainda comprado, convém abdicar da hora de almoço para fazer um brilharete. Mas aí começam as dificuldades a sério. Se lhe oferecer um chocolate, ela pode dizer “queres é engordar-me para poderes olhar para as outras”. Se lhe oferecer um peluche com um coração a dizer “I love you”, arrisca-se a levar com ele na cara, sem mais explicações. Se lhe comprar um ramo de flores, arrisca-se a que ela espirre assim que aproximar o seu delicado nariz, do arranjo que lhe custou uma pipa de massa. Se lhe comprar um perfume, arrisca-se a que ela o atire para o lixo, depois de insinuar algo como “isto é horrivel, deve ser igual ao que ofereceste a alguma pêga, em tempos”. Se lhe comprar uma lingerie sexy e se ela vier do trabalho cheia de dores de cabeça, arrisca-se a ser questionado: “achas que sou alguma rameira?”, logo seguido de um “podias era ter passado pela farmácia e comprar-me um brufen”.

Sim, fazer compras nunca é fácil, especialmente quando não são para nós. E nestas datas que a malta do marketing inventou para espevitar o comércio, pior ainda.

Talvez consiga salvar o dia se a levar a jantar a um sitio com pinta. O problema é que mesmo com reserva, tem de esperar para que vague uma mesa no restaurante, porque nesta noite está tudo à pinha. E os casais demoram mais do que o habitual a levantar-se. Depois, a comida também vai demorar um tempo extra a chegar à mesa. E a conta, vai custar mais a pagar. Com tudo isto, a mulher já se sente cansada e assaltada, porque é o macho quem larga a nota mas, seja como for, está a dar cabo das finanças da família.

Com tantas demoras, já resta pouco tempo para… a festa. E logo hoje, que um gajo se lembrou se engendrar um programa a sério: duas horas de lascívia num motel! Com direito a champanhe e tudo! Mas as duas horas já estão reduzidas a metade, porque o jantar atrasou-se e ainda é preciso ir buscar os filhos a casa da sogra, antes do regresso ao lar.

À entrada do antro de perdição, o garanhão quer mostrar a sua virilidade e atira a donzela para cima do colchão arredondado. Mas assim que ela dá com os costados no ninho de amor, apercebe-se da barulheira que faz um colchão de água. Que porra! A mulher nem se consegue ouvir a pensar. Aliás, não se consegue por em nenhuma posição em que não abane por todos os lados, mesmo sem se mexer.

O casal acaba por fazer o que tem a fazer no sofá que está mesmo ali ao lado, porque a cama é má demais. A referida peça de mobiliário aparenta ter algum uso e já tem as molas todas partidas, vá-se lá saber porquê… Mas sempre é melhor do que a cama que os engole. A meio da celebração, ela começa a queixar-se da ciática. E ele da hérnia discal.

Quando vão a caminho de casa, calados no carro, pensam com os seus botões que o Dia dos Namorados, não é, de todo, um dia como os outros.

Ora, em primeiro lugar, convém não esquecer

Terra Sem Lei

Em reportagem, Já me apontaram armas de fogo, já me ameaçaram com arma branca, já me tentaram bater, atropelar e apedrejar. Felizmente nunca me conseguiram fazer mal. Porém, em nenhuma dessas circunstâncias me senti tão desconfortável, tão apertado, como na reportagem que fiz no Bairro Portugal Novo, onde nem sequer me tentaram fazer mal.

Assim que lá cheguei com o repórter de imagem, o Nuno Martins, abordámos dois moradores do bairro e rapidamente percebemos que os jornalistas não eram bem-vindos ali e que ninguém ia falar connosco acerca do que quer que fosse. Em todas as esquinas onde gravámos, tínhamos dois ou três indivíduos a vigiar-nos, de braços cruzados.

Naquele bairro, há pessoas, maioritariamente idosas, que vivem atemorizadas por marginais que se querem apoderar das suas casas. Quem toma conta dos imóveis, arrenda-os ou utiliza-os para guardar coisas, algumas delas, talvez, ilicitas.

Não devemos colocar de parte a possibilidade deste clima de terror ter custado a vida a um senhor de 89 anos, de seu nome Vitorino Guerreiro, assassinado com uma facada no coração, a 13 de Março de 2018. A PJ ainda não conseguiu encontrar o homicida, mas sabe-se que Vitorino andava a ser coagido para largar a sua casa por pouco ou nenhum dinheiro.

A pergunta que impõe é: Como é possível ocupar a casa de alguém, sem que haja consequências? Porque, na verdade, aquelas casas não são de ninguém! Eram de uma cooperativa que já não existe e, entretanto, ninguém pôs mão naquilo. Nem a Câmara Municipal de Lisboa, nem o estado. Ninguém!

Entretanto, esta terra de ninguém, que tem uma esquadra da PSP nas traseiras e que se situa no centro de Lisboa, transformou-se numa terra sem lei.

https://www.sic.pt/Programas/o-programa-da-cristina/videos/2019-01-24-Bairro-Portugal-Novo—Terra-Sem-Lei


O Programa da Cristina (Esta Casa Também é Minha)

Os arranques de programas de televisão são momentos, simultaneamente, de tensão e de prazer. Implicam estimulantes debates de ideias, noites quase sem dormir, muito stress e correria. É como dar à luz, só que em vez de um bebé, o que vem ao mundo é uma ideia, um conceito.

O dia do parto é de dor e de recompensa. Mas depois de o ver nascer (ao conceito), temos de ser capazes de o amar, cuidar dele, dar-lhe educação e sustentá-lo. Essa é a missão que se segue, por muitos anos, esperamos nós, se Deus e os espectadores quiserem.

Hoje, demos à luz aqui na SIC. A sinergia criada pelo reencontro com antigos colegas e o entrosamento com outros que não conhecia, fez com que o parto corresse bem. Já não trabalhava com a Cristina há oito anos, mas depois desta estreia acho que vamos andar por aqui, juntos, durante muitos anos.

Olha Sem Pés, Papá!

O Afonso é um miúdo tímido. Quando lhe perguntam o nome, responde baixinho. Quando lhe perguntam a idade, apenas mostra cinco dedos. Se lhe derem uma bola, ele atira-a para o meio dos outros putos e fica a vê-los jogar. Mas se lhe dão um instrumento musical ou um veículo para as mãos, seja de duas ou quatro rodas, a história muda de figura. Aí torna-se afoito e que gosta de arriscar.

Hoje fomos dar uma volta de bicicleta e ele deixou bem claro que passeio sem acrobacias já nem é passeio. Ora tirava os pés dos pedais, ora tirava as mãos do guiador. Só não experimentou as duas acrobacias ao mesmo tempo. Para já.

Certo dia, um génio criativo que é também o homem mais rico do mundo, de seu nome Jeff Bezos, disse em entrevista, que deixava os seus filhos brincar com facas aos quatro anos e, os aos sete, com rebarbadoras. “Quero deixá-los correr os seus riscos e ensinarem-se a si mesmos a serem desembaraçados – uma qualidade chave tanto em negócios como no dia-a-dia. Prefiro ter um filho com nove dedos do que uma criança que não resolva problemas”, afirmou o patrão da Amazon.

Ora eu não pus o Afonso a brincar com facas aos quatro. Nem o vou incentivar a brincar com rebarbadoras aos sete. Mas percebo o senhor Bezos, quando ele se refere à capacidade das crianças arriscarem e resolverem problemas. Talvez seja esse o mais valioso trunfo do qual eles se podem socorrer pela vida fora.

Portanto, à falta de facas e rebarbadoras, adoro que ele tente guiar a bicicleta sem pés ou sem mãos. E, para já, ainda com dentes.

Eu Gosto do Natal

É uma época exageradamente consumista? Sim. É uma época em que muitas famílias se juntam quase por obrigação? Provavelmente. Mas é também a época em que, quase por decreto, há um pretexto para estar com aqueles de quem gostamos e com quem muitas vezes não temos oportunidade de privar ao longo do ano. E se, por vezes, a vida parece correr mais depressa do que nós, surripiando-nos o tempo que devíamos dedicar às pessoas e às coisas verdadeiramente importantes, então que haja um dia que seja, no qual não se aceitem desculpas para haver pressas ou ausências.

Não costumo estar muitas vezes com a minha família, mas prezo muito a família que tenho. No Natal, geralmente, tenho oportunidade de estar com eles. E agora somo a esse agregado, a família que eu próprio criei. Gosto do Natal por tudo isto.

Gosto do Natal porque ingerimos quantidades industriais de colesterol sem nos preocuparmos com as doenças cardiovasculares. É só por um dia. Ou dois.

Gosto do Natal por ver a felicidade das crianças a abrirem os presentes. É consumismo puro, mas também é só por uma noite. Durante o resto do ano não entupimos os miúdos de bugigangas nem de materialismo, que tanto os poderia desviar daquilo que é verdadeiramente importante na vida.

Gosto do Natal porque nesta altura sucedem coisas que parecem inalcançáveis no resto do ano. E a maioria delas são boas, mesmo aquelas que noutras épocas não o parecem.